Os cinquenta dias do transbordar das alegrias pascais, nos ajudam a reviver todos os acontecimentos da glorificação de Cristo. Ressuscitado pelo Pai no Espírito, o Filho, por quarenta dias, faz o arremate final de sua obra, preparando tudo para o envio do Espírito da promessa. Jesus de Nazaré foi cruscificado sobre Pôncio Pilatos, mas Deus o ressuscitou, e disso os apóstolos e o Espírito são as reais e invencíveis testemunhas. Tudo isso se realizou pelo perfeito cumprimento das Escrituras. Essa referência é fundamental, porque realiza a esperança messiânica na pessoa de Jesus, desde o batismo de João, até a plena glorificação.
Ressuscitado, o Senhor se manifestou como discreto peregrino aos discípulos desanimados, que retornavam a tão conhecida e amada aldeia de Emaús. Ele mesmo como mestre divino, enquanto abria pacientemente a inteligência dos discípulos para acreditarem nas Escrituras, fazia arder suavemente seus corações com suas PALAVRAS de Fogo, Verdade, Espírito e Vida. Jesus o peregrino tão humilde, aceita no fim do caminho , o convite de ficar com os seus, pois já era tarde e o dia declinava. Ainda hoje Ele fica conosco até a consumação dos tempos. À mesa, isto é, na memória da Refeição Eucarístia, Ele mesmo toma o pão, abençoa e parte. Ele quis se despedir dos seus, entregou-se totalmente no pão, para mais intimamente ir para dentro deles, para associá-los ao seu verdadeiro caminho exodal. Ressuscitado, Ele quis ser reconhecido ao partir do pão. Eis o mistério da luz pascal, onde no sinal esplendoroso do pão partido, o Senhor se revela totalmente. A mesma vida do Senhor que foi entregue no pão da bênção antes de sofrer e morrer, continua agora, glorificado pelo Pai, no Espírito com a ressurreição, e se comunica eternamente como pão da vida.
A Igreja nascente, cresce admiravelmente na presença do Cristo Vivo e na unidade do Espírito, porque na proclamação apostólica do Evangelho, que gera a autentica conversão e no perdão dos pecados, está o modo insubstituível de receber a graça da salvação. A salvação chega a maxima intensidade sacramental, na celebração da fração do pão, isto é, da Eucaristia. Aí desde o dia de Pentecostes até hoje, a Igreja encontra o sentido, o cume e a fonte de sua missão. Vivendo da Eucaristia, a Igreja implora a graça de chegar um dia à glória da ressurreição da carne.
Mons. Gabriel.
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